sábado, 24 de novembro de 2007
O Inverno
Hoje eu venho aqui falar aos caros leitores sobre a estação do ano que eu deixei de gostar há algum tempo. É verdade, eu já gostei do Inverno. No meu tempo, lá na terra, o Inverno até tinha neve, quando não havia neve, havia pelo menos água congelada (gelo, para os que têm caca de galinha na moleirinha) nos baldes que estavam no quintal. Não havia cá ares condicionados nem aquecedores nem nada disso. Não. Era a gente que tinha que ir apanhar a lenha para por na lareira, e para aquecer os pézinhos, quem disse que havia cá daqueles sacos de água quente de borracha? Isso era mentira, tinhamos as nossas bilhazinhas, umas de barro outras de ferro, que aqueciam os pés até demais... E não tinhamos cobertores eléctricos! Hoje o Inverno eu já nem sei o que é, olha, teve aí um ano que fez sol todo o Inverno, e dias de 26 graus em Janeiro!!! Nestes dias, tem chovido, ainda vejo criançada de t-shirt, vi outro dia uns garotos na praia, está frio mas não é nada por aí além, estamos em crise com as castanhas, até as lojas de roupa vendem vestuário de Verão, se isto tem algum jeito! Ah, outra coisa do Inverno é as doenças, no meu tempo nós andavamos sãos todo o ano, qualquer constipação passava, os cházinhos de limão com mel eram milagrosos! Agora o que é que fazem aos cachopos? Encharcam-nos em comprimidos e porcarias, isso faz lá algum bem! Não é de admirar que sejam uns fracotes, sempre enfezadinhos. Raio de Inverno este com que nos presenteiam...
sábado, 3 de novembro de 2007
Natal Precoce
Peço desde já imensa desculpa aos leitores e leitoras por não ter vindo cá durante a semana para vos oferecer aquilo que vocês gostam (os postes ou lá como se chama estas coisas, porquê postes se não parecem postes daqueles dos telefones ou outros postes? Tenho que perguntar aos meus netos) porque estive muito ocupada com os cachopos, os meus bisnetos, ou quer dizer, a bisneta, que coitadinha esteve doente e tive que ir ao médico e comprar uns tecidos novos lá a Lisboa.
Hoje venho manifestar o meu desagrado com o Natal de hoje, qualquer dia juntamente com os papéis do supermercado e com os reclames das coisas da escola dos catraios, em Agosto ou Setembro, já vem os anúncios do Natal!
Eu, Joana Maria, sempre montei as coisas do Natal no 8 de Dezembro, e quando era pequena nem árvore de Natal tinha, e o menino Jesus só ia parar ao presépio no dia de Natal, que no meu tempo era a 25 de Dezembro. E pensam que havia estas misérias destes brinquedos que deformam a mente dos miúdos? Nem pensar! Punha-se a botinha ao pé da lareira e esperava-se que no dia de Natal pela manhã estivessem lá uns rebuçaditos, uns docitos, e a ceia de Natal não tinha cá carnes ou qual coisa do género, era o bacalhauzinho com couves e batatas, uns docinhos e para os que tinham a carteira mais cheinha havia ananás! Ananás desses que vem 5 por 2,5€ na Costa da Caparica? Isso não havia! Coitadinha da minha Laurinha e da Suzaninha, que ainda são do tempo dos rebuçadinhos, também, não tinhamos dinheiro para luxos, só o João Maria é que já tinha essas obras do consumismo no Natal.
Então não é que eu vou a Lisboa um dia destes e encontro tudo o que é sítio com montras de Natal e luzinhas e penduricalhos? O governo devia exigir que só se pusessem os enfeites no 8 de Dezembro!
Quanto aos meus cachopos, nem pensem que eu lhes vou dar essas coisas dos poquémons ou dos gueimesbóis que eles me pedem às vezes, ando eu já como de costume de volta da máquina de costura que essas coisas feias eu não gosto de oferecer, ofereci um desses bicharocos à minha Lulu há uns anos atrás, como é que era aquilo, um támágóchi, invenções lá dos chineses, e depois a miúda não via outra coisa, nem pensar, não os quero retardados.
Quero o meu Natal em Dezembro.
Hoje venho manifestar o meu desagrado com o Natal de hoje, qualquer dia juntamente com os papéis do supermercado e com os reclames das coisas da escola dos catraios, em Agosto ou Setembro, já vem os anúncios do Natal!
Eu, Joana Maria, sempre montei as coisas do Natal no 8 de Dezembro, e quando era pequena nem árvore de Natal tinha, e o menino Jesus só ia parar ao presépio no dia de Natal, que no meu tempo era a 25 de Dezembro. E pensam que havia estas misérias destes brinquedos que deformam a mente dos miúdos? Nem pensar! Punha-se a botinha ao pé da lareira e esperava-se que no dia de Natal pela manhã estivessem lá uns rebuçaditos, uns docitos, e a ceia de Natal não tinha cá carnes ou qual coisa do género, era o bacalhauzinho com couves e batatas, uns docinhos e para os que tinham a carteira mais cheinha havia ananás! Ananás desses que vem 5 por 2,5€ na Costa da Caparica? Isso não havia! Coitadinha da minha Laurinha e da Suzaninha, que ainda são do tempo dos rebuçadinhos, também, não tinhamos dinheiro para luxos, só o João Maria é que já tinha essas obras do consumismo no Natal.
Então não é que eu vou a Lisboa um dia destes e encontro tudo o que é sítio com montras de Natal e luzinhas e penduricalhos? O governo devia exigir que só se pusessem os enfeites no 8 de Dezembro!
Quanto aos meus cachopos, nem pensem que eu lhes vou dar essas coisas dos poquémons ou dos gueimesbóis que eles me pedem às vezes, ando eu já como de costume de volta da máquina de costura que essas coisas feias eu não gosto de oferecer, ofereci um desses bicharocos à minha Lulu há uns anos atrás, como é que era aquilo, um támágóchi, invenções lá dos chineses, e depois a miúda não via outra coisa, nem pensar, não os quero retardados.
Quero o meu Natal em Dezembro.
Subscrever:
Mensagens (Atom)