quarta-feira, 2 de julho de 2008

Está Mal!

Aviso os meus caros leitores que não tenho cá vindo porque não há reforma que resista à subida de preços que se verifica a cada dia que passa e que assim não há dinheiro para luxos! Protesto, porque deixei de ter acesso à Internet em minha casa!
Parece que os preços dos haveres do supermercado baixaram, ouvi uns zunzuns no noticiário hoje. Filhinhos, pois então fiquem sabendo que eu hoje fui fazer umas compras e não notei grande diferença, a carteira já não era gorda e quando voltou a casa parece que andou a correr no parque de tão levezinha que estava.
Depois, descem nos bens que a gente precisa de ter em casa mas sobem nas carreiras! Acho muito mal, porque vou passar a pagar mais de cada vez que tiver que ir ao médico ou à cidade.
Isto, nas notícias só vem é coisas feias. Para acrescentar à lista ainda tenho que falar do aumento dos subsídios. Ora, descontam as pessoas para pagar a vida de certos parasitas? Eu bem sei que há excepções, mas eu acho mal! Se em vez de pagarem subsidiozecos a quem não merece, subsídios que são mal atribuídos, aumentassem as reformas... Eu era uma senhora mais feliz!
Tive que vir parar a casa da minha mais velha, que se rebentou um cano lá em casa. É só azares. E agora fiquei aqui à espera do miúdo que foi sair e ainda não voltou. Vida de avó é complicada...

sábado, 17 de maio de 2008

Remédios

A D. Joana não tem aparecido aqui no blogue mas é porque não pode mesmo! A gente já sabe como é que funcionam estas coisas, eu já não sou nova e como sabem isto é só maleitas! Ora estou eu doente, ora estão os catraios! Passei o Inverno todo de cama, O Brasil partiu uma pata quando foi a correr atrás duma cadela saída e pronto, a minha vida tem sido só azares.
Vamos lá a ver se é desta que o sol começa a espreitar e se eu tenho vagar para vir aqui dar-vos as minhas notícias.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Acordo Ortográfico

Ora então, isto não é que vamos passar a escrever pior? Ou sou eu que não gosto de mudanças? Ora, isto, eu sei que não sou a melhor escritora de todas, valha-me Deus, eu também quase que nem estudei!
Outro dia, estava eu lá na cozinha a preparar os docinhos de Natal com as minhas cachopas e aparece o meu mais velho a dizer que iamos passar a escrever de maneira diferente. Isto há lá coisas, credo, haja vergonha, está certo que vamos passar a ter 26 letras no nosso alfabeto, acho muito bem, quando é para mais e melhor e para simplificar, acho bem que a gente mude. Por outro lado, quem é que fala português? Os portugueses de Portugal!!! Quem manda, portanto, somos nós. Então por que é que nós é que temos que cortar letras e escrever como os brasileiros, e não o contrário? Não acho bem! Para os queridos leitores que ainda não se aperceberam, temos 10 anos para ir mudando a nossa forma de escrever: há uma série de acentos que foram suprimidos, principalmente de verbos (vêm passa a escrever-se vem, se isto tem algum jeito!), e as consoantes mudas desaparecem. Protesto! Então eu, velhota, terei que escrever "batismo" em vez de "baptismo"?! Vou ficar "afetada"...
Isto é caso para dizer: "burro velho não aprende línguas"...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O Brasil É Alérgico Às Pulgas

O Brasil é o meu cão. Já tem alguma idade, tem 6 anos, mas é tão maricas como os cachorros pequenos. E por que é que ele se chama Brasil? Olha, porque a minha Clotilde, a minha neta do meio, que tem 8 anos, assim quis que ele se chamasse. Tinha ela 2 aninhos quando o Brasil foi lá para casa ainda pequeno, e eu perguntei-lhe como é que ele se ia chamar. Ora então a miúda exclamou um "Baziú!", muito alegre, se calhar nem queria dizer Brasil, mas como foi o que eu percebi, foi com esse nome que ficou o bicho: Brasil. E é um bicho lindo, palavra, e realmente faz lembrar lá aqueles brasucas de cabelinho aos caracóis muito, muito miudinhos, escuro!
Mas não estamos aqui para debater o nome do animal, coitado, que ainda por cima anda doente e já tem ralações de sobra. Como os meus caros leitores e leitoras hão-de ter reparado, a D. Joana tem estado ausente. É que a boa da Suzete teimou que havia de ir à terra para fazer os preparativos do Natal. O meu Brasil, que é um cão de estufa destes da cidade que dormem na cama do dono e têm mais mimos que os conguitinhos em África, decidiu ir explorar o matagal lá das traseiras. Eu nem me preocupei com o bicho, tem lá as vacinas e as coleiras da bicharada feia e isso tudo em dia. Pois então não é que o meu Brasil desde então tem andado que só se coça, só se coça? E o pior nem é isso! Magano do animal gane, não come, tem febre, pobre bicho! Vai-se a ver o couro, e zás, tem ali pulgas que já serviam para alimentar um regimento de chineses! Pobre bicho, levei-o à tosquia, e agora está vermelhusco e cheio de frio! Bicho fino, hein? Cão de estufa até às pulgas é alérgico! Isto há lá coisas...

sábado, 24 de novembro de 2007

O Inverno

Hoje eu venho aqui falar aos caros leitores sobre a estação do ano que eu deixei de gostar há algum tempo. É verdade, eu já gostei do Inverno. No meu tempo, lá na terra, o Inverno até tinha neve, quando não havia neve, havia pelo menos água congelada (gelo, para os que têm caca de galinha na moleirinha) nos baldes que estavam no quintal. Não havia cá ares condicionados nem aquecedores nem nada disso. Não. Era a gente que tinha que ir apanhar a lenha para por na lareira, e para aquecer os pézinhos, quem disse que havia cá daqueles sacos de água quente de borracha? Isso era mentira, tinhamos as nossas bilhazinhas, umas de barro outras de ferro, que aqueciam os pés até demais... E não tinhamos cobertores eléctricos! Hoje o Inverno eu já nem sei o que é, olha, teve aí um ano que fez sol todo o Inverno, e dias de 26 graus em Janeiro!!! Nestes dias, tem chovido, ainda vejo criançada de t-shirt, vi outro dia uns garotos na praia, está frio mas não é nada por aí além, estamos em crise com as castanhas, até as lojas de roupa vendem vestuário de Verão, se isto tem algum jeito! Ah, outra coisa do Inverno é as doenças, no meu tempo nós andavamos sãos todo o ano, qualquer constipação passava, os cházinhos de limão com mel eram milagrosos! Agora o que é que fazem aos cachopos? Encharcam-nos em comprimidos e porcarias, isso faz lá algum bem! Não é de admirar que sejam uns fracotes, sempre enfezadinhos. Raio de Inverno este com que nos presenteiam...

sábado, 3 de novembro de 2007

Natal Precoce

Peço desde já imensa desculpa aos leitores e leitoras por não ter vindo cá durante a semana para vos oferecer aquilo que vocês gostam (os postes ou lá como se chama estas coisas, porquê postes se não parecem postes daqueles dos telefones ou outros postes? Tenho que perguntar aos meus netos) porque estive muito ocupada com os cachopos, os meus bisnetos, ou quer dizer, a bisneta, que coitadinha esteve doente e tive que ir ao médico e comprar uns tecidos novos lá a Lisboa.
Hoje venho manifestar o meu desagrado com o Natal de hoje, qualquer dia juntamente com os papéis do supermercado e com os reclames das coisas da escola dos catraios, em Agosto ou Setembro, já vem os anúncios do Natal!
Eu, Joana Maria, sempre montei as coisas do Natal no 8 de Dezembro, e quando era pequena nem árvore de Natal tinha, e o menino Jesus só ia parar ao presépio no dia de Natal, que no meu tempo era a 25 de Dezembro. E pensam que havia estas misérias destes brinquedos que deformam a mente dos miúdos? Nem pensar! Punha-se a botinha ao pé da lareira e esperava-se que no dia de Natal pela manhã estivessem lá uns rebuçaditos, uns docitos, e a ceia de Natal não tinha cá carnes ou qual coisa do género, era o bacalhauzinho com couves e batatas, uns docinhos e para os que tinham a carteira mais cheinha havia ananás! Ananás desses que vem 5 por 2,5€ na Costa da Caparica? Isso não havia! Coitadinha da minha Laurinha e da Suzaninha, que ainda são do tempo dos rebuçadinhos, também, não tinhamos dinheiro para luxos, só o João Maria é que já tinha essas obras do consumismo no Natal.
Então não é que eu vou a Lisboa um dia destes e encontro tudo o que é sítio com montras de Natal e luzinhas e penduricalhos? O governo devia exigir que só se pusessem os enfeites no 8 de Dezembro!
Quanto aos meus cachopos, nem pensem que eu lhes vou dar essas coisas dos poquémons ou dos gueimesbóis que eles me pedem às vezes, ando eu já como de costume de volta da máquina de costura que essas coisas feias eu não gosto de oferecer, ofereci um desses bicharocos à minha Lulu há uns anos atrás, como é que era aquilo, um támágóchi, invenções lá dos chineses, e depois a miúda não via outra coisa, nem pensar, não os quero retardados.
Quero o meu Natal em Dezembro.

sábado, 27 de outubro de 2007

Filhos

Eu acho que esta gente nova anda a adiar muito essa coisa de ter os cachopos, e isso é mau, porque nós precisamos dos cachopos, ora eles são tão engraçados! Eu acho muito mau que essas sirigaitas andem por aí no forrobodó com o primeiro que lhes aparece à frente, e filhos que é muito bom, nada! Mas não caiamos em exagero, porque o meu netinho, o Filipinho, sacana do cachopo a primeira moça que lhe apareceu à frente teve logo filhos, e gémeos, dor de cabeça a dobrar que o cachopo só tem 17 anos, sem dúvida uma criança inocente.
No meu tempo, casávamos cedo e tinhamos filhos cedo, com muito amor, também se não os quisessemos ter, tinhamos os catraios à mesma que esta coisa das borrachas que eles metem lá no respectivo dito cujo não havia no meu tempo. E se não eramos casados, se estavamos grávidas, casávamos! Mas qual dessas coisas indecentes, qual acto público de fornicação, a gente fazia tudo às escondidas, e se eramos apanhados na rua... Olé, que estoirava a guerra, levavam multa, carecada e nós cachopas tinhamos direito a expulsão de casa e eramos deserdadas!
Eu cá, casei aos 18 com o meu Zé (que coitadinho já faleceu), tinha ele 25 anos, e nem tinha eu 19 já tinha nascido a nossa Laurinha! Os sacrifícios que tivemos que fazer, para criar a nossa menina. Mas é com orgulho que eu digo que ela teve muito amor e carinho e muitos miminhos! A ela, e aos irmãos também, nunca lhes faltou nada! Tinha o Zé que trabalhar o dia todo lá nos leites para trazer o dinheirinho, e eu que coser muitas coisas, fazer muita roupinha e muitos arranjos e nos tempos que sobravam fazia comidinha para fora. A minha Laurinha, bonitinha, nasceu em 1954, era tempo de sacrifício, mas teve sempre tudo, não é como esses pais desgraçados que deixam os filhos abandonados nas creches e nos jardins-escola, das 7 da manhã às 8 da noite.
Depois da Laura, veio a Suzete, tinha a Laurinha quatro anos, sofreu tanto coitadinha por lhe ter tirado a maminha, logo depois veio a irmã. Sorte que não foi muito ciumenta. Dois anos depois, estava tudo encaminhadinho e lá em casa tinhamos coisas boas, nasceu o António, mas teve morte súbita aos 2 meses. Coitadinho. Comecei então a ouvir falar do que hoje chamamos planeamento familiar, e de uma tal pílula, que comecei a tomar. Acidentes, 25 anos depois, em 1981, nasceu o João Maria. Já eu podia ser avó dele, pois façam as contas, eu não devia dizer, mas nasci em 1936, por esta altura já tinha 45 anos. Mas não foi para isto que aqui vim.
Eu vim aqui só para dizer que isto agora é indecente, faz-me impressão essas mães solteiras e divorciadas e essas sapatas que se juntam e querem ter filhos com um homem que é larilas, não percebo, isto antigamente não era assim, e eu tenho pena dos cachopos, porque depois, sim, venham-se queixar que estamos a formar um país de vândalos, coitados, não têm a culpa que os pais sejam mal criadões, os meus filhos é que não são assim, nem o pai os deixava ser, nem eu deixo agora, ainda ontem o João, raça do moço, levou uma palmada naquele rabo porque o apanhei na marmelada com uma cachopa, isto há lá coisas!...

A Minha Apresentação

Olá queridos bloguistas, blogueiros e blogueiras, ou sejam lá vocês quem forem! Eu não entendo nada disto das tecnologias e dos computadores e da Internet, mas os meus netos queriam que eu fizesse um blog, dizem que no blog eu posso escrever coisas para muitas pessoas lerem, e eu como não tenho nada para fazer resolvi experimentar! É mesmo verdade que vocês conseguem ler o que eu escrevo? Enfim...
Eu sou a D. Joana, tenho cinco netos dos quais gosto muito, já tenho dois bisnetos que são gémeos e tenho 3 filhos. Já tive um Zé, que pobre coitado faleceu, coitadito do homem, que sofreu de ataque cardíaco. Agora vivo sozinha, com os gatos e o cão.
Antigamente, era costureira, no tempo que as pessoas iam à modista. Depois reformei-me, já com os filhinhos todos criados. E bem, hoje ainda faço umas bainhas e umas coisas, mas o negócio não é o que era, elas agora querem é Brescas e eles Pulambéres... Portanto tenho tempo livre, vou ao parque com o cão, com os netos, tomo conta dos bisnetos porque o desgraçado do pai ainda tem escola, o cachopo... E pronto, resolvi ver esta coisa da Internet. Hei-de falar aqui da minha vida e do que eram as coisas.